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Superstição
(Arth Silva)

Sem culpa e sem desculpa
resolvi me resolver
Pois a vida não é para a vida inteira
Todo crime exige um corpo
todo terno fica roto
E quem é vivo sempre aparece...
às vezes morto

Nosso pretérito nunca foi perfeito
E o futuro não se conjuga sozinho
Assim, fiz minha oração ao verbo
uma oração indeterminada
De todo coração
pedi paz
guerra
vingança e perdão
Pedi coisas perdidas
Pedi não te perder...

Nesse jardim todo maduro de perfumes
entre gerúndios e gerânios
Acendo um incenso para o bom senso
E antes que a vida passe
na seiva das minhas veias
vou tecendo as teias...

Felicidade não tem facilidade
A vida às vezes morre (quase sempre)
E a morte sempre vive
Se você é minha rima
não quero verso livre

Só quero uma vela que me revele
qualquer verbo de ligação
- Para toda boa ação existe uma punição -

1 comentários oníricos::

Victor Belafonte disse...

Eis um empolgante, vibrante e poderoso jogo de palavras e antíteses.
Bravo! Parabéns, novamente,caro Arth Poeta Silva.

Abraços



Este é um blog de sonhos cotidianos.
Toda e qualquer semelhança com fatos reais é mero plágio da vida.