
Olhos de clarão
- Arth Silva -
Certa vez conheci uma guria de olhos de
clarão.
Olhos que me acendiam e não se
apagavam; que sabiam enxergar toda a quilometragem estampada no velocímetro do
meu peito.
Eram olhos que me assaltavam a atenção
e não me davam trégua, disparando a melhor parte minha que dei a ela.
Até eu, que na língua do olhar sempre
me achei mudo e analfabeto, passei a gostar mais dos meus olhos quando tinham o
reflexo dela estampada neles.
Em instantes que ainda estão presos nos
holofotes de nossas retinas, essa garota me ensinou que é na língua do olhar
onde nascem os melhores beijos. Dessa forma, em debates platônicos que por
vezes duravam a eternidade de alguns segundos, nós nos comíamos com os olhos e
nos devorávamos em sonhos.
Trocando os pontos finais, por pontos
de vista. E fazendo de cada um desses pontos uma trilha de reticências que
nunca teve fim... e ainda hoje pode ser visto por trás do horizonte em nosso
olhar.
A
felicidade é quando sua cor preferida é a cor dos olhos de quem você gosta.
Texto publicado no Jornal do Pontal dia 31/12/2013
Texto publicado no Jornal do Pontal dia 31/12/2013
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