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Ossos do Ofício
(Arth Silva)

Cata a lata e luta pra sobreviver
Passa fome, leva fama
Mas diante da sede não cede
Abre a boca e faz um bico
Lixeiro, carpinteiro, pai solteiro
“Trabalhador brasileiro”

Acorda cedo já suado
Pés pesados pra trabalhar
Sob o uniforme um coração
Sob o sol seu sacrifício
Corpo quente, marmita fria
Temperando os ossos do ofício

Vai pro quarto reza um terço
E torce pro milagre acontecer
São tantas contas que perde a conta
E faz de conta que a vida é boa
Se Deus ajuda, que pague a dívida
Ou fica a dúvida.

São tantas datas. Que dia é hoje
pra quem espera a esperança?
E a preguiça, que é o ócio do ofício
Caminha longe
Pois não paga o leite das crianças
... Folha de pagamento não aceita falha...

Sem dinheiro, mês inteiro, desespero
“Trabalhador brasileiro”.





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